No último dia do trabalhado (1º de maio), uma segunda-feira, eu resolvi que ia subir a serra ou pra Vassouras ou pra Miguel Pereira/ Paty do Alferes. Pois bem... vamos a essa pedalada.
Tempos antes eu vinha estudando como fazer isso, porque o caminho é longo e a serra é comprida. Olhei no Google Mapas com antecedência e fiz meu dever de casa. Inclusive RECOMENDO que todo mundo que vai pedalar uma rota nova faça seu dever de casa e pesquise os caminhos, tanto os padrão quanto os alternativos. Veja se há subidas íngremes ou se passam por locais potencialmente perigosos, se há locais pra parar ou recorrer em caso de emergência entre outras particularidades. Fazendo tudo isso, ainda assim as pessoas próximas que ficam em casa esperando ficam preocupadas, imagina quando só se decide no dia, monta na bike e sai. Isso é perigoso! Mas voltando ao tópico do texto...
Olhei no Mapas e vi que ambos os destinos me fariam subir serra, um ganho de quase 1000 metros de altimetria. Vi também que precisaria pegar o trem para sair de Japeri, caso eu fosse pra Miguel Pereira e ir até Paracambi caso eu fosse a Vassouras. Decidi pelo primeiro porque o trem até Paracambi é incerto. Ajeitei a bike, conferi tudo, separei câmara extra e ferramentas, bomba, água, repositor eletrolítico e paçoca (melhor "snack", em minha opinião, pra se levar numa pedalada pois são leves, tem pouco volume e alto teor energético por conta do açúcar).
Peguei o trem até Japeri de boas e saí da estação. Gravei tudo mas como pus a câmera no guidão, o vídeo ficou muito tremido e com péssima qualidade. Por isso descartei e apaguei todos os vídeos. Só sobraram algumas fotos.
Sobre o percurso, foi muito fácil e simples pegar a rodovia RJ-125, que sobe pra Miguel Pereira a partir da estação de trem. Já na rodovia, não tem como errar porque é só seguir sentido Miguel Pereira (há muitas placas sinalizando o sentido). A rodovia é de faixa única e mão dupla, é relativamente pouco movimentada e boa parte dela não possui acostamento, mas há muitos "bordos largos" que permitem uma desviada como refúgio sem precisar parar a pedalada pra dar passagem pros veículos que vêm atrás. Vi muitos motociclistas na rodovia e poucos carros. Bastante ciclista treinando também, a maioria de bike road. Eu não só fui de BTT (Bicicleta pra todo terreno) com suspensão como fui com meus pneus com cravos. Seria melhor se tivesse ido com os slick 1.5 pois dariam menos arraste. Não sei se isso melhoraria meu desempenho de forma sensível nesse pedal porque a subida é osso duríssimo.
Até o "pé da Serra", em Arcádia, dá aproximadamente 21 km da estação de trem em Japeri. Daí pra cima é so subida. Em alguns momentos bem inclinadas e lembro que peguei trechos em curvas que registravam 18% de inclinação segundo o registro no Strava. Trecho da subida de montanha categoria 4!!! (trecho R. Eng. Belfort das Paineiras) Foi bem doído. Até chegar a Arcádia eu só parei uma vez pra esvaziar a bexiga e tirar umas fotos. Depois de começar a subir de fato, parei várias vezes porque não aguentei manter o giro. Foi punk!
Meu objetivo era ir até Miguel Pereira e quem sabe, se estivesse em condições físicas, esticar até Paty. Mas quase, por bem pouco, não voltei pelo meio do caminho (da subida!).
Conforme outros ciclistas passavam por mim treinando e viam meu sofrimento, ia m me incentivando. Isso é MUITO MANEIRO! Eu gosto bastante desse aspecto do ciclismo.
Fui sofrendo bastante, mas fui subindo. Parando e continuando. Pensando em desistir várias vezes, mas permanecendo firme no primeiro pensamento. Quando cheguei ao pórtico de Miguel Pereira quase chorei. Já nem sabia mais o que pensar. Parei num bar ali da entrada da cidade e comprei água e uns bolinhos Ana Maria pra ajudar na fome e nos carboidratos que precisava. Lá, enquanto comia, conversei com uma local que perguntou de onde eu vinha e pra onde ia. E foi quando eu soube que Paty ficava a mais uns 10 km dali e a vontade de completar meu primeiro Gran Fondo foi maior que meu cansaço e dores. Aí respirei por uns 15 minutos e decidi seguir pedalando pra conseguir meu "novo objetivo". Segui até Paty e praticamente tudo nas duas cidades estava fechado devido ao feriado. Havia uma exposição de orquídeas em Paty.
Chegando lá, por volta dos 48 km percorridos, numa subidinha suave, senti uma fisgada DO MAL na coxa esquerda que me fez parar e quase chorar de dor. Não sou um cara que tem muitas cãibras (quase não sinto) mas essa valeu por todas que não tive. O Vasto Medial esquerdo ficou vermelho e "inchado" como nunca tinha ficado, além da dor que não me permitia dobrar a perna. Parei na calçada, saí da bike com dificuldade e encostei num muro. Quase chorei e vi o objetivo do GF indo pelo ralo. Tão próximo de conseguir... não podia parar... só mais 2 km... Comecei a massagear em círculos e joguei água pra ver se melhorava e após uns 10 minutos massageando a dor diminuiu e me permitiu subir na bike e continuar. I WAS BACK!
Segui pelos quilometros que faltavam pra completar os 50 km. Completando 51 km parei pra comer e respirar, dar uma moral pra dor que ainda estava lá. Após uns minutos desci voltando e parei na cidade pra comprar um Dorflex pra aguentar chegar bem na estação de trem pois depois da descida havia 21 km de percurso. Estratégia é tudo!
Na descida fui de boas, cheguei a 63 km/h e dava mais (sempre gostei de descer voado), mas uma fila de 4 carros estava "me impedindo" e não quis arriscar mais. Desci bem e pedalei os últimos 21 km com certa tranquilidade até. A dor na coxa ficou por ali por uns 3 dias após esse pedal.
Nesse pedal usei esse selim pra experimentar porque tinha acabado de chegar e gostei bastante porque não senti dores. Ele é "confort" mesmo. Recomendo!
Obs.: Apesar de eu ter feito isso, não recomendo comprar uma peça e fazer um pedal longo assim de cara. Poderia ter zoado meu pedal, mas felizmente não aconteceu.
Demorei bastante pra registrar esse pedal por conta das viagens a trabalho e coisas da faculdade, mas o registro tá aí.
Até o próximo! \o ;-)
Tempos antes eu vinha estudando como fazer isso, porque o caminho é longo e a serra é comprida. Olhei no Google Mapas com antecedência e fiz meu dever de casa. Inclusive RECOMENDO que todo mundo que vai pedalar uma rota nova faça seu dever de casa e pesquise os caminhos, tanto os padrão quanto os alternativos. Veja se há subidas íngremes ou se passam por locais potencialmente perigosos, se há locais pra parar ou recorrer em caso de emergência entre outras particularidades. Fazendo tudo isso, ainda assim as pessoas próximas que ficam em casa esperando ficam preocupadas, imagina quando só se decide no dia, monta na bike e sai. Isso é perigoso! Mas voltando ao tópico do texto...
Olhei no Mapas e vi que ambos os destinos me fariam subir serra, um ganho de quase 1000 metros de altimetria. Vi também que precisaria pegar o trem para sair de Japeri, caso eu fosse pra Miguel Pereira e ir até Paracambi caso eu fosse a Vassouras. Decidi pelo primeiro porque o trem até Paracambi é incerto. Ajeitei a bike, conferi tudo, separei câmara extra e ferramentas, bomba, água, repositor eletrolítico e paçoca (melhor "snack", em minha opinião, pra se levar numa pedalada pois são leves, tem pouco volume e alto teor energético por conta do açúcar).
Peguei o trem até Japeri de boas e saí da estação. Gravei tudo mas como pus a câmera no guidão, o vídeo ficou muito tremido e com péssima qualidade. Por isso descartei e apaguei todos os vídeos. Só sobraram algumas fotos.
Sobre o percurso, foi muito fácil e simples pegar a rodovia RJ-125, que sobe pra Miguel Pereira a partir da estação de trem. Já na rodovia, não tem como errar porque é só seguir sentido Miguel Pereira (há muitas placas sinalizando o sentido). A rodovia é de faixa única e mão dupla, é relativamente pouco movimentada e boa parte dela não possui acostamento, mas há muitos "bordos largos" que permitem uma desviada como refúgio sem precisar parar a pedalada pra dar passagem pros veículos que vêm atrás. Vi muitos motociclistas na rodovia e poucos carros. Bastante ciclista treinando também, a maioria de bike road. Eu não só fui de BTT (Bicicleta pra todo terreno) com suspensão como fui com meus pneus com cravos. Seria melhor se tivesse ido com os slick 1.5 pois dariam menos arraste. Não sei se isso melhoraria meu desempenho de forma sensível nesse pedal porque a subida é osso duríssimo.
Até o "pé da Serra", em Arcádia, dá aproximadamente 21 km da estação de trem em Japeri. Daí pra cima é so subida. Em alguns momentos bem inclinadas e lembro que peguei trechos em curvas que registravam 18% de inclinação segundo o registro no Strava. Trecho da subida de montanha categoria 4!!! (trecho R. Eng. Belfort das Paineiras) Foi bem doído. Até chegar a Arcádia eu só parei uma vez pra esvaziar a bexiga e tirar umas fotos. Depois de começar a subir de fato, parei várias vezes porque não aguentei manter o giro. Foi punk!
Meu objetivo era ir até Miguel Pereira e quem sabe, se estivesse em condições físicas, esticar até Paty. Mas quase, por bem pouco, não voltei pelo meio do caminho (da subida!).
Conforme outros ciclistas passavam por mim treinando e viam meu sofrimento, ia m me incentivando. Isso é MUITO MANEIRO! Eu gosto bastante desse aspecto do ciclismo.
Fui sofrendo bastante, mas fui subindo. Parando e continuando. Pensando em desistir várias vezes, mas permanecendo firme no primeiro pensamento. Quando cheguei ao pórtico de Miguel Pereira quase chorei. Já nem sabia mais o que pensar. Parei num bar ali da entrada da cidade e comprei água e uns bolinhos Ana Maria pra ajudar na fome e nos carboidratos que precisava. Lá, enquanto comia, conversei com uma local que perguntou de onde eu vinha e pra onde ia. E foi quando eu soube que Paty ficava a mais uns 10 km dali e a vontade de completar meu primeiro Gran Fondo foi maior que meu cansaço e dores. Aí respirei por uns 15 minutos e decidi seguir pedalando pra conseguir meu "novo objetivo". Segui até Paty e praticamente tudo nas duas cidades estava fechado devido ao feriado. Havia uma exposição de orquídeas em Paty.
Chegando lá, por volta dos 48 km percorridos, numa subidinha suave, senti uma fisgada DO MAL na coxa esquerda que me fez parar e quase chorar de dor. Não sou um cara que tem muitas cãibras (quase não sinto) mas essa valeu por todas que não tive. O Vasto Medial esquerdo ficou vermelho e "inchado" como nunca tinha ficado, além da dor que não me permitia dobrar a perna. Parei na calçada, saí da bike com dificuldade e encostei num muro. Quase chorei e vi o objetivo do GF indo pelo ralo. Tão próximo de conseguir... não podia parar... só mais 2 km... Comecei a massagear em círculos e joguei água pra ver se melhorava e após uns 10 minutos massageando a dor diminuiu e me permitiu subir na bike e continuar. I WAS BACK!
Segui pelos quilometros que faltavam pra completar os 50 km. Completando 51 km parei pra comer e respirar, dar uma moral pra dor que ainda estava lá. Após uns minutos desci voltando e parei na cidade pra comprar um Dorflex pra aguentar chegar bem na estação de trem pois depois da descida havia 21 km de percurso. Estratégia é tudo!
Na descida fui de boas, cheguei a 63 km/h e dava mais (sempre gostei de descer voado), mas uma fila de 4 carros estava "me impedindo" e não quis arriscar mais. Desci bem e pedalei os últimos 21 km com certa tranquilidade até. A dor na coxa ficou por ali por uns 3 dias após esse pedal.
Nesse pedal usei esse selim pra experimentar porque tinha acabado de chegar e gostei bastante porque não senti dores. Ele é "confort" mesmo. Recomendo!
Obs.: Apesar de eu ter feito isso, não recomendo comprar uma peça e fazer um pedal longo assim de cara. Poderia ter zoado meu pedal, mas felizmente não aconteceu.
Demorei bastante pra registrar esse pedal por conta das viagens a trabalho e coisas da faculdade, mas o registro tá aí.
Até o próximo! \o ;-)
Parabéns JBabo!!! Experiência única!!! Do mesmo jeito que vc comentou no blog "bicicleta & etc", também estou pensando em fazer esse pedal. É bom ler os comentários para já ir se planejando.
ResponderExcluirValeu! \o
ExcluirExperiência única mesmo. pretendo ir até vassouras numa próxima oportunidade. Pretendo também subir a serra velha de Petrópolis e fazer essas subidas em melhores condições físicas no pedal. E ainda farei, mais cedo ou mais tarde, uma cicloviagem. Volta aí nos meus registros de vez em quando que terei mais coisa pra contar.
Abraço. ;-)