quinta-feira, 14 de abril de 2016

Sobre Campos dos Goitacazes.

Há pouco mais de um mês atrás estive viajando a trabalho em Campos dos Goitacases e fiquei lá por duas semanas no total. Não conhecia a cidade além do nome e nunca nem tinha entrado no Google Maps pra espiar a cidade por curiosidade (quem faz isso não é mesmo?). Acontece que a cidade me encantou por um motivo, e só esse! Vem comigo...
Ao chegar lá e sair pra jantar fui "bater perna" que é um costume meu quando viajo a trabalho. Faço isso porque gosto de conhecer os arredores de onde estou, restaurantes, atrações, etc. mesmo que eu não vá usufruir de tudo isso. Dou uma espiada no Foursquare e saio marchando. No primeiro dia, logo de cara soube que ficaria hospedado num hotel em frente a um shopping na principal avenida da cidade, a Avenida 28 de Março e ao ir em direção ao shopping passei por uma ciclovia situada no canteiro central da avenida. Já gostei! Aí percebi que perdia ela de vista ao olhar para os lados, ou seja, ela era maior do que eu conseguia ver. Algo não tão normal aqui no Rio de Janeiro. Só depois de uns dias é que fui perceber o tamanho da cultura da bicicleta em Campos.
Atualmente a cidade conta com mais de 51 km de ciclovias!!! Aposto que isso, "só isso", é maior que toda a rede cicloviária da capital! Só na 28 de Março a ciclovia conta com uns 10 km ou pouco mais que isso. O restante está espalhado pela cidade, praticamente todas integradas. O que isso quer dizer? Que há mobilidade segura no centro da cidade e na periferia por meio de bicicleta!
A ciclovia é bem sinalizada e possui não só as devidas marcações no chão como semáforos, placas, guard-rails e locais para entrada e saída ao longo do caminho. Confesso que ela está, em alguns pontos, com o asfalto danificado, mas numa média, ela é toda boa e segura mesmo fora da avenida central. Não consegui maiores informações mas pelo que me lembro de ler num busto lá é que a ciclovia inicial foi construída em 2008. Ela foi construída sobre antigos trilhos de trem que chegavam até São João da Barra, eu acho.

Outra coisa que me chamou a atenção foi o fato de haver muitas lojas de venda e oficinas mecânicas de bike. Só na 28 de Março eu lembro de umas 6. Lojas para todos os tamanhos, gostos, preços, marcas e bolsos. Acho isso ótimo.

Sinceramente não sei porque cargas d'água o antigo prefeito Antony Garotinho investiu na ciclovia, mas vejo que foi algo boníssimo. É nitidamente perceptível a cultura da bicicleta na cidade. Os dias em que estive lá vi gente o dia todo, todo dia pedalando, correndo e caminhando pela ciclovia. Eu mesmo corri lá alguns dias. Vi gente indo pro trabalho, levando crianças a escola, fazendo compras, indo a academia, indo a escola e a faculdade, etc., todos montados na magrela. E todos respeitando as sinalizações e espaços. Fiquei maravilhado.

Todos os dias, enquanto pegava a estrada para chegar a empresa onde precisava ir via ciclistas na estrada. Vários pelotões pela manhã treinando. Não sei o que lá tem de diferente daqui da cidade do Rio e agregados, mas a cultura da bicicleta lá é diferente.
Sei que Campos é uma cidade mantida por royalties de petróleo da Bacia de Campos e a cidade não tem pouca grana não, mas tratando-se de Brasil, mais especificamente do Rio de Janeiro, esse tipo de investimento é super incomum (eu sei que sou super descrente nesse aspecto).

Sendo assim, sonho com o dia em que teremos mais centros de cidades com ciclovias ou locais seguros para os moradores/frequentadores/trabalhadores possam passar e pedalar com segurança. Palmas para o Antony Garotinho por ter construído as ciclovias de Campos. Mas SÓ por isso!

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